Ator que faz o Hulk critica Lula e falta de metas concretas para proteção da Amazônia

 

“O senhor é um dos meus heróis, Lula, mas me parte o coração ver que a Declaração de Belém da Cúpula da Amazônia não tem metas concretas para proteger a floresta.


O ator hollywodiano Mark Ruffalo, que fez campanha a favor de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022, criticou nesta quinta-feira, 10, o presidente e as deliberações que resultaram da Cúpula da Amazônia. Para o intérprete do Hulk nos filmes dos estúdios Marvel, faltam “metas concretas” para combater o desmatamento da floresta amazônica.

“O senhor é um dos meus heróis, Lula, mas me parte o coração ver que a Declaração de Belém da Cúpula da Amazônia não tem metas concretas para proteger a floresta. A emergência para proteger a Amazônia é uma emergência climática – e nós não temos tempo a perder”, disse nas redes sociais.

O evento começou na última terça-feira, 8, e reuniu todos os países em que está a Floresta Amazônica – Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, além do Brasil. No primeiro dia, foi lançada a Declaração de Belém, um protocolo com metas para os países signatários. O documento não colocou o desmatamento zero como meta e tampouco elencou o fim da exploração do petróleo na região como horizonte.

Ruffalo usou como exemplo as ações do presidente colombiano, Gustavo Petro. “A Colômbia, sob comando de Petro, é a primeira nação amazônica a seguir o que a ciência recomenda – a meta de proteger 80% da floresta até 2025, e um pedido para interromper a extração de petróleo na Amazônia”, disse o ator.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, falou sobre a postura da Colômbia. “A posição da Colômbia não é divergente, não temos posições diferentes, mas cada país deve seguir (a descarbonização) no ritmo que estivar a seu alcance.”

No Brasil, a exploração do petróleo na foz do rio Amazonas foi mote de uma queda de braço entre a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. O Ibama, órgão vinculado à pasta de Marina, indeferiu em maio o pedido de licenciamento feito pela Petrobras para perfurar a região. A companhia segue recorrendo da decisão e o impasse permanece sem um desfecho.

A própria ministra minimizou a falta de consenso entre os países da Cúpula da Amazônia sobre a meta de zerar o desmatamento. “O Brasil já tem esse compromisso e nós vamos continuar o perseguindo. O processo de negociação é sempre um processo mediado, porque ninguém pode impor sua vontade a ninguém, então os consensos são progressivos. À medida em que temos alguns consensos, a gente vai botando no documento. Todos os países, todos os presidentes concordam que a Amazônia não pode passar do ponto de não retorno”, disse Marina no programa “Bom dia, ministro”, da EBC. (Terra)

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